quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O beijo.

Naquela hora o mundo parou de girar. Uma avalanche de desejos e sentimentos e emoções que eu nunca sentira arrebataram meu coração de tal forma que eu não tive outra opção senão ficar imóvel apenas sentindo, e sentindo, e sentindo. Uma onda tão grande que me levou para muito longe, tão longe além de onde eu estava. De onde nós estávamos. Sim, você viajou comigo nesta viajem longa e maravilhosa ao desconhecido.
Nós nos mantínhamos imóveis, unidos por algum laço invisível, quente e muito forte. Mas apenas esse laço mantinha nossos corpos firmes no chão, pois nossas mentes voavam longe, para outro país, outro mundo, quem sabe até outra dimensão... Não estávamos mais aqui. Agora o som invadia nossos pensamentos, uma melodia triste que nos fazia chorar de alegria,
uma melodia que nos dava fome e ao mesmo tempo saciava nossos maiores desejos.
Os nossos sorrisos, sincronizados, diziam muito mais do que um livro inteiro, mais que todas as palavras, mais até o que nós mesmos poderíamos dizer ou pensar. Naquele momento, era apenas eu e você. Não existia mais ninguém no mundo, nenhum problema nos importava, nenhuma pessoa poderia nos tirar do nosso mundo particular.
O momento acabou tão depressa quanto começou, aos poucos o laço que nos unia fortemente foi afrouxando, até se dissolver em uma névoa de desejo e paixão. Sobrou ainda aquele gosto de quero mais, mas o momento havia passado.


Anne

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